segunda-feira, 23 de maio de 2011

Frei Betto defende gays com a Bíblia em texto publicado em jornal.

Em texto publicado nesta segunda-feira no jornal O Globo, na coluna de opinião, o Frei Betto – conhecido religioso da ordem dominicana, ativista contra a pobreza - defendeu a união entre pessoas do mesmo sexo e a criminalização da homofobia. Frei Betto nasceu em Belo Horizonte, em 25 de agosto de 1944. Foi preso duas vezes durante a ditadura e é um autor premiado internacionalmente. Atuante na área de direitos humanos, já coordenou o programa Fome Zero e é inspirado em suas ações pela Teologia da Libertação, participando das pastorais contra a pobreza e promovendo a inclusão e assistência aos pobres.

Em “Os gays e a Bíblia”, Frei Betto lembra a atitude inclusiva de Jesus e a violência que a comunidade homossexual sofre pelo mundo, sendo inclusive considerada criminosa em 80 países, em alguns dele com pena de morte. O religioso lembra do silêncio da Igreja que recentemente condenou a decisão do STF de aprovar o direito de união civil dos homoafetivos.

“Ninguém escolhe ser homo ou heterossexual. A pessoa nasce assim. E, à luz do Evangelho, a Igreja não tem o direito de encarar ninguém como homo ou hetero, e sim como filho de Deus, chamado à comunhão com Ele e com o próximo, destinatário da graça divina” opina o Frei que diz ainda que a Igreja não condena mas impede a manifestação do amor. “Ora, todo amor não decorre de Deus? Não diz a Carta de João (I,7) que “quem ama conhece a Deus” (observe que João não diz que quem conhece a Deus ama...)”, diz o texto.

O Frei ainda lembra que no passado a igreja defendeu a escravidão, condenava judeus a terem matado Jesus, condenavam as crianças não batizadas ao limbo e eram contra a cobrança de juros. “Por que excluir casais homoafetivos de direitos civis e religiosos?”, pergunta o Frei.

Ao final, o escritor conclui: “Pecado é aceitar os mecanismos de exclusão e selecionar seres humanos por fatores biológicos, raciais, étnicos ou sexuais. Todos são filhos amados por Deus. Todos têm como vocação essencial amar e ser amados. A lei é feita para a pessoa, insiste Jesus, e não a pessoa para a lei”.

Um comentário:

  1. Se formos ter um raciocínio lógico a homossexualidade se tivesse uma "desaprovação" religiosa, a Igreja Católica não seria "organizada" em casas paroquiais de padres e conventos de freiras; há o diaconato para homens que querem procriar, formalmente dito: formar familia! A grande "defesa" hetera sempre foi a estagnação ou retração do censo populacional que a aceitação social da bissexualidade ou homossexualidade pode trazer. Mas até quando a Sociedade aguentará esse "faz de conta" em não haver consenso em admitir que a grande causa da violência doméstica tem "raiz" em homens e mulheres mal amados que Não vivam a Sexualidade que possuem em sua plenitude?

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